Ofereci ajuda para arrumar o “quartinho da bagunça” de uma prima. O lugar estava em estado de guerra: um bombardeio de obras de arte, livros, fotos, bibelôs, pelúcias, mídias e eletrônicos de uma época que já não existe mais.
Começamos tirando item por item da estante de madeira. O livro da Marie Kondo, que desistiu de arrumar a casa depois de parir três filhos, foi para o saco de doações. Certificados de pós-graduação, colocamos na pilha de documentos. Pesquei meu celular - perdido entre um álbum de fotos e uma coleção de cartões postais de São Paulo - e liguei para uma loja no centro da cidade que revendia CDs e DVDs. “Nem adianta trazer Marisa Monte, Caetano Veloso e coletânea de novela”, rosnou o moço. Me perguntei quantas vezes por dia ele deveria receber aquele tipo de ligação.
Apareceu, embaixo de um catálogo do Sotheby's, um ingresso empoeirado do show da Madonna que “não pode ir pro lixo, de jeito nenhum”, e a caderneta escolar do meu primo, uma prova de que ele tem exatament…
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