O Renault Logan prateado final 6J94 encosta do outro lado da rua. Espero o ônibus passar e atravesso correndo, sentindo o suor escorrer pelas costas. Puxo a maçaneta e penso que abri uma geladeira.
— Marina?
— Joel?
— Isso! Desculpa te fazer atravessar.
— Imagina, não tem problema — me jogo no banco e sinto o frio arder o meu nariz.
— Quer que eu diminua o ar condicionado?
— Não, pelo amor de Deus. Tá calor demais.
Joel para no semáforo que dá acesso à Marginal Tietê. Ele levanta o polegar para um vendedor ambulante que passa carregando uma penca de para-brisas em volta do pescoço.
— É, eu tive que dar um jeito nesse ar, porque sem ele não tem condições, não. Tava com problema, funcionava por cinco minutos e parava. Levei em tudo quanto é mecânico, mas resolvia só por um tempo. Sabe o que eu fiz? Benzi. Minha mulher sempre dizia: “Joel, tem que benzer esse carro”. Ai passei um galho de arruda no painel. Adivinha? Nunca mais deu problema.
— Acho que preciso fazer isso com o carro da minha mãe…
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